04 novembro 2006

Mário de Sá-Carneiro


Ápice

O raio de sol da tarde
que uma janela perdida
refletiu
num instante indiferente -
arde,
numa lembraça esvaída,
À minha memória de hoje
subitamente...

seu efêmero arrepio
zig-zagueia, ondula, foge,
pela minha retentiva...
-e não poder adivinhar
por que mistério se me evoca
esta idéia fugitiva,
tão débil que mal me toca!...

-Ah! não sei por quê, mas certamente
aquele raio cadente
alguma coisa foi na minha sorte
que a sua projeção atravessou...

Tanto segredo no destino de uma vida...

É como a idéia de Norte,
Preconcebida,
que sempre me acompanhou....

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