28 agosto 2007

Rumo ao Progresso

Saíram as primeiras pensões para companheiros de homossexuais servidores públicos no Estado do Rio de Janeiro. Veja em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2007/08/28/297463069.asp
Agora, quero ver se eles receberão!!!

21 agosto 2007

Bancos versus Concessionárias


Funciona assim: você contrata um débito automático com a concessionária, que manda a conta com aviso de débito em conta. No dia do vencimento, a conta não é debitada, embora haja saldo para pagar cem delas! Você tenta resolver com a concessionária, ela empurra para o banco, que empurra para a concessionária. Ao ser perguntado sobre quem arcaria com o custo dos juros e multa pelo atraso, a atendente, fundada na sabedoria que a presunção e certeza de impunidade trazem diz, alto e bom-som: " O senhor, é claro!". E você nem quer morrer....

20 agosto 2007

Miguel de Unamuno


De vuelta a casa


Desde mi cielo a despedirme llegas fino

orvallo que lentamente bañas los

robledos que visten las montañas de mi tierra,

y los maíces de sus vegas.

Compadeciendo mi secura, riegas montes y valles,

los de mis entrañas,

y con tu bruma

el horizonte empañas de mi sino,

y así en la fe me anegas.

Madre Vizcaya, voy desde tus brazos verdes,

jugosos, a Castilla enjuta,

donde fieles me aguardan

los abrazos de costumbre,

que el hombre no disfruta de libertad

si no es preso

en los lazos de amor,

compañero de la ruta.

18 agosto 2007

Walt Whitman


We Two Boys Together Clinging


We two boys together clinging,
One the other never leaving
Up and down the roads going, North and South
excursions making,
Power enjoyng, elbows stretching, fingers clutching,
Arm'd and fearless, eating, drinking, sleeping, loving,
No law less than ourselves owning, sailing, soldiering,
thieving, threatening,
Misers, menials, priests alarming, air breathing, water
drinking, on the turf or the sea-beach dancing,
Cities wrenching, ease scorning, statues mocking,
feebleness chasing,
Fulfilling our foray.

17 agosto 2007

Wilfred Owen II



TO .....

THREE ROMPERS RUN TOGETHER, HAND IN HAND.
THE MIDDLE BOY STOPS SHORT, THE OTHERS HURTLE:
WHAT BUMPS, WHAT SHRIEKS, WHAT LAUGHTER TURNING TURTLE.
LOVE, RACING BETWEEN US TWO, HAS PLANNED
A SUDDEN MISCHIEF: SHORTLY HE WILL STAND
AND WE SHALL SHOCK. wE CANNOT HELP BUT FALL;
WHAT MATTER? wHY, IT WILL NOT HURT AT ALL,
OUR YOUTH IS SUPPLE, AND THE WORLD IS SAND.

BETTER OUR LIPS SHOULD BRUISE OUR EYES, THAN HE,
RUDE LOVE, OUT-RUN OUR BREATH; YOU PANT, AND I,
I CANNOT RUN MUCH FARTHER; MIND THAT WE
BOTH LAUGH WITH LOVE; AND HAVING TUMBLED, TRY
TO GO FOREVER CHILDREN, HAND IN HAND.
THE SEA IS RISING... AND THE WORLD IS SAND.

Wilfred Owen

Inglês, poeta, do início do século passado, morreu durante a I GG, uma semana antes da paz ser declarada. Amigo do também poeta Siegfried Sasson, lamentava torturadamente a perda de vidas jovens que a guerra causa. Mas também louvava o amor, como vcs podem ver no post seguinte.

Anthem for Doomed Youth

What passing-bells for these who die as cattle?
Only the monstrous anger of the guns.
Only the stuttering rifles' rapid rattle
Can patter out their hasty orisons.
No mockeries now for them; no prayers nor bells;
Nor any voice of mourning save the choirs,
The shrill, demented choirs of wailing shells;
And bugles calling for them from sad shires.
What candles may be held to speed them all?
Not in the hands of boys, but in their eyes
Shall shine the holy glimmers of good-byes.
The pallor of girls' brows shall be their pall;
Their flowers the tenderness of patient minds,
And each slow dusk a drawing-down of blinds.

15 agosto 2007

Allen Ginsberg

A Supermarket in California

What thoughts I have of you tonight, Walt Whitman, for I walked down the sidestreets under the trees with a headache self-conscious looking at the full moon.
In my hungry fatigue, and shopping for images, I went into the neonfruit supermarket, dreaming of your enumerations!
What peaches and what penumbras! Whole families shopping at night! Aisles full of husbands! Wives in the avocados, babies in the tomatoes!--and you, García Lorca, what were you doing down by the watermelons?
I saw you, Walt Whitman, childless, lonely old grubber, pokingamong the meats in the refrigerator and eyeing the grocery boys.
I heard you asking questions of each: Who killed the pork chops? What price bananas? Are you my Angel?
I wandered in and out of the brilliant stacks of cans following you,and followed in my imagination by the store detective.
We strode down the open corridors together in our solitary fancy tasting artichokes, possessing every frozen delicacy, and never passing the cashier. Where are we going, Walt Whitman? The doors close in a hour.Which way does your beard point tonight?
(I touch your book and dream of our odyssey in the supermarket andfeel absurd.)
Will we walk all night through solitary streets? The trees add shade to shade, lights out in the houses, we'll both be lonely.
Will we stroll dreaming of the lost America of love past blue automo-biles in driveways, home to our silent cottage?
Ah, dear father, graybeard, lonely old courage-teacher, what America did you have when Charon quit poling his ferry and you got out on a smoking bank and stood watching the boat disappear on the black waters ofLethe?

--Berkeley, 1955

13 agosto 2007

Leonard Cohen

Bird on the Wire

Like a bird on the wire,
like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free.
Like a worm on a hook,
like a knight from some old fashioned book
I have saved all my ribbons for thee.
If I, if I have been unkind,
I hope that you can just let it go by.
If I, if I have been untrue
I hope you know it was never to you.
Like a baby, stillborn,
like a beast with his horn
I have torn everyone who reached out for me.
But I swear by this song
and by all that I have done wrong
I will make it all up to thee.
I saw a beggar leaning on his wooden crutch,
he said to me,
"You must not ask for so much."
And a pretty woman leaning in her darkened door,
she cried to me,
"Hey, why not ask for more?"
Oh like a bird on the wire,
like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free.

10 agosto 2007

António Ramos Rosa

O autor desta maravilha é o poeta português António Ramos Rosa, que é autor de vários livros, nenhum deles objeto de atenção de nosso mercadinho editorial. Até quando?

09 agosto 2007

Boi da Paciência

.........................Boi da Paciência ......................

Noite dos limites e das esquinas nos ombros
noite por demais aguentada com filosofia a mais
que faz o boi da paciência aqui?
que fazemos nós aqui?
este espetáculo que não vem anunciado
todos os dias cumprido com as leis do diabo
todos os dias metido pelos olhos adentro
numa evidência que nos cega
até quando?
Era tempo de começar a fazer qualquer coisa
os meus nervos estão presos na encruzilhada
e o meu corpo não é mais que uma cela ambulante
e a minha vida não é mais que um teorema
por demais sabido!

Na pobreza do meu caderno
como inscrever este ceu que suspeito
como amortecer um pouco a vertigem desta órbita
e todos o entusiasmo destas mãos de universo
cuja carícia é um deslizar de estrelas?
Há uma casa que me espera
para uma festa de irmãos
há toda esta noite a negar que me esperam
e estes rostos de insônia
e o martelar opaco num juro de papel
e o arranhar persistente duma pena implacável
e a surpresa subornada pela rotina
e o muro destrutível destruindo as nossas vidas
e o marcar passo à frente deste muro
e a força que fazemos no silêncio para derrubar o muro
até quando?até quando?

Teoricamente livre para navegar entre estrelas
minha vida tem limites assassinos
Supliquei a meus companheiros: Mas fuzilem-me!
Inventei um deus só para que me matasse
Muralhei-me de amor
e o amor desabrigou-me
Escrevi cartas a minha mãe desesperadas
colori mitos e distribuí-me em segredo
e ao fim e ao cabo
recomeçar
Mas estou cansado de recomeçar!
Quereria gritar: Dêem-me árvores para um novo recomeço!
Aproximem-me a natureza até que a cheire!
Desertem-me este quarto onde me perco!
Deixem-me livre por um momento em qualquer parte
para uma meditação mais natural e fecunda
que me limpe o sangue!
Recomeçar!
Mas originalmente com uma nova respiração
que me limpe o sangue deste polvo de detritos
que eu sinta os pulmões como duas velas pandas
e que eu diga em nome dos mortos e dos vivos
em nome do sofrimento e da felicidade
em nome dos animais e dos utensílios criadores
em nome de todas as vidas sacrificadas
em nome dos sonhos
em nome das colheitas em nome das raízes
em nome dos países em nome das crianças
em nome da paz
que a vida vale a pena que ela é a nossa medida
que a vida é uma vitória que se constrói todos os dias
que o reino da bondade dos olhos dos poetas
vai começar na terra sobre o horror e a miséria
que o nosso coração se deve engrandecer
por ser tamanho de todas a s esperanças
e tão claro como os olhos das crianças
e tão pequenino que uma delas possa brincar com ele

Mas o homenzinho diário recomeça
no seu giro de desencontros
A fadiga substituiu-lhe o coração
As cores da inércia giram-lhe nos olhos
Um quarto de aluguel
como preservar este amor
ostentando-o na sombra?
Somos colegas forçados
Os mais simples são os melhores
nos seus limites conservam a humanidade
Mas este sedento lúcido e implacável
familiar do absurdo que o envolve
com uma vida de relógio a funcionar
e um mapa da terra com rios verdadeiros
correndo-lhe na cabeça
como poderá suportar viver na contenção total
na recusa permanente a este absurdo vivo?

Ó boi da paciência, que fazes tu aqui?
Quis tornar-te amável ser teu familiar
fabriquei projetos com teus cornos
lambi teu focinho e acariciei-te em vão

A tua marcha lenta enerva-me e satura-me
As constelações são mais rápidas nos céus
a terra gira com um ritmo mais verde que o teu passo
Lá fora os homens caminham realmente
Há tanta coisa que eu ignoro
e é tão irremediável este tempo perdido!
Ó boi da paciência, sê meu amigo!!

(do livro Viagem através de uma nebulosa)



06 agosto 2007

Roberto Piva

Não é guru, por que odiaria sê-lo.

A máquina de matar o tempo

Aqui nós investimos contra a alma imortal dos gabinetes. Procuramos amigos que não sejam sérios: os macumbeiros, os loucos confidentes, imperadores desterrados, freirar surdas, cafajestes com hemorróidas e todos que detestam os sonhos incolores da poesia das Arcadas.
Nós sabemos muito bem que a ternuna de lacinhos é um luxo protozoário.
Sede violentos como uma gastrite. Abaixo as borboletas douradas. Olhai o cintilante conteúdo das latrinas.

(de UM estrangeiro na legião)

Lista de presente

Deu no "Gente Boa": a loja Tutto per la casa está com uma lista para presentes de casamento de um casal gay. Mas direitos legais de herança, plano de saúde, neca.... Ô raça!

Itamaraty em pânico... ou quase isso

O moço aí embaixo é o Edgar Ramirez, venezuelano, fala cinco idiomas (bonito assim, para quê?),
e parou com a carreira de diplomata para fazer cinema. As bibas do Itamaraty devem estar se rasgando....

Vida Bandida



O novo filme do Matt Damon no papel de Bourne (A Supremacia..., Identidade...), "Ultimato", bateu o recorde do 007 com o Craig. Com o bandido que brilha na tela, não é de se estranhar...

05 agosto 2007

Vaias




Fomos chamados de mal-educados (jornalistas de 'esquerda"), manipulados (políticos da "base governista"), reacionários (Veríssimo), agora, dizer que não se pode falar mal do governo, ou seja, criticar os atos destrambelhados do Sr. Lula, já é um pouco demais.

A presunção desta gente não os deixa entender o recado!

Na imagem, todos, absolutamente todos, parecem concordar com o Itimorato Timoneiro!