06 agosto 2007

Roberto Piva

Não é guru, por que odiaria sê-lo.

A máquina de matar o tempo

Aqui nós investimos contra a alma imortal dos gabinetes. Procuramos amigos que não sejam sérios: os macumbeiros, os loucos confidentes, imperadores desterrados, freirar surdas, cafajestes com hemorróidas e todos que detestam os sonhos incolores da poesia das Arcadas.
Nós sabemos muito bem que a ternuna de lacinhos é um luxo protozoário.
Sede violentos como uma gastrite. Abaixo as borboletas douradas. Olhai o cintilante conteúdo das latrinas.

(de UM estrangeiro na legião)

Um comentário:

Anônimo disse...

Bateu um saudosismo legal com este poema. Grande Roberto Piva! Lembra do Franceschi também?
Exceeded Clown
"outono não restará nem seco vinho sem jaça
nada augurável nem fio da navalha nada em sangue
nada em taça não restará temor nem rima pobre
estações odores nada de horror amores
nem restará praça espanto ou algo que me cale
espelho rito memória nada vão nada em vão como tudo
restará na tangência dos dias que me traço
e de virem já os faço e perco em culpa lasso
e o riso e a fala o reclamado sonho me põem assim
consumado clown pelo que escasso me resta de mim."